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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Perde nosso cinema Manoel Hygino Apesar da imensidão de temas a desenvolver neste espaço de jornal, não poderia deixar de registrar o falecimento, no dia 27 de maio, do cineasta Carlos Alberto Prates Correia, nascido como em Montes Claros, como minha irmã, Maristela, naquela data. Ele foi indiscutivelmente um dos mais importantes nomes do cinema mineiro, nas décadas recentes, e responsável por filmes exitosos como “Cabaré Mineiro”, de 1980, e “Noites de Verão”, quatro anos após, com Débora Bloch e Tony Ramos. Da cidade natal para Belo Horizonte, iniciou carreira como crítico de cinema no “Diário de Minas”. Uma experiência que deu prestígio muito legítimo. Em 1965, trabalhou como assistente de direção de Joaquim Pedro de Andrade em ´O padre e a moça´, estrelado por Paulo José, também estreando no cinema na época. Na década de 1960, fundou o Centro Mineiro de Cinema Experimental (Cemice), e produziu o filme ´O Milagre de Lourdes´ (1965), que retrata a história de um padre corrupto que se esconde em um bordel para fugir dos fiéis enfurecidos. Em 1966, Correia se mudou para o Rio de Janeiro, onde dirigiu o episódio ´Guilherme´ do filme ´Os marginais´ (1966), em parceria novamente com Paulo José. Em 1969, trabalhou como assistente de direção de Joaquim Pedro de Andrade e Paulo José no clássico ´Macunaíma´, e seu primeiro filme como diretor foi ´Crioulo doido´ (1970), drama ambientado em Sabará, que acompanha a história de um alfaiate de origem humilde que busca ascender socialmente. Correia também atuou como produtor em ´Os inconfidentes´ (1972) e ´Guerra conjugal´ (1974), ambos de Joaquim Pedro de Andrade, e ´Vai trabalhar, vagabundo´ (1973), de Hugo Carvana, colaborando com o diretor Cacá Diegues nos filmes ´Quando o carnaval chegar´ (1972) e ´Joana Francesa´ (1975). Em sua filmografia, destacam-se os filmes ´Cabaret Mineiro´ e ´Noites do sertão´. O primeiro, estrelado por Nelson Dantas, retrata a jornada de um sertanejo pelo interior de Minas, onde encontra mulheres marcantes e elementos típicos da região. O filme recebeu vários prêmios no Festival de Gramado de 1981. No mesmo ano, Correia adaptou a novela ´Buriti´, de Guimarães Rosa, para o cinema com o título, porque não poderia faltar com o romancista de Cordisburgo, e membro da Academia Brasileira de Letras.

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