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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Os líderes e seu povo Manoel Hygino O desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima não perde o ensejo de dividir com seus amigos e confrades, com os leitores de seus comentários pela Imprensa, o que lhe causa interesse e suscita a vontade de focalizar. Como conterrâneos de Tancredo Neves em São João del-Rei, nada lhe escapa à crítica ou ao elogio, se este se lhe afigura merecedor. No dia 30 de março, enviou-me e-mail em que afirma ter manuseado o livro “Tancredo Neves, sua palavra na história”, publicado pela Fundação que tem o nome do ilustre mineiro, em 1988. Ele explica que se trata de uma coletânea de discursos e palestras do saudoso presidente e conterrâneo. Entre os estupendos textos, destaco o discurso fúnebre proferido pelo então deputado Tancredo Neves, em memória do presidente Juscelino Kubitschek, falecido em 1976 (Câmara dos Deputados, Brasília, 14.09.1976). A oração é aberta com a citação do livro “Quando os carvalhos se abatem”, do escritor francês André Malraux, ministro da Cultura do presidente Charles de Gaulle. De Gaulle estava sendo sepultado em Paris, em 1970. Uma grande fileira de militares protegia o cortejo fúnebre. Não permitiram que uma humilde velhinha, saída da aglomeração popular, se aproximasse do caixão. Malraux viu a cena e ordenou a um fuzileiro naval: - Deixe-a passar. O General ficaria satisfeito. Ela fala como a França. Segundo Tancredo, esse mesmo sentimento se apoderou da multidão que seguiu o féretro de JK, em Brasília: “Houve em cada lar uma prece, em cada face uma lágrima, em cada coração um voto de pesar e de saudade. É que Juscelino Kubitschek de Oliveira pertencia àquela rara estirpe do herói de Sófocles, na Antígona: não viera para partilhar o ódio, mas para distribuir o amor”. Já não se fazem homens como De Gaulle, Malraux, JK e Tancredo”. Ademais nas despedidas, eliminam-se as diferenças entre os grandes e pequenos, e estes se aproximam daqueles com reverência e demonstrações de respeito. Na paz e silêncio dos cemitérios, falam alto e espontaneamente os sentimentos das pessoas. Por estas passageiras observações do insigne magistrado, poder-se-ia evocar a lição de São Francisco de Sales, que entendia que, se o barulho não faz bem, o bem não deve fazer barulho, como fazem alguns líderes de várias atividades, inclusive política. Ao contrário do que quase rotineiramente se julga, líder é aquele que promove os outros e não a si mesmo.

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