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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 4 de outubro de 2024
 

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Mensagem: Rua de Baixo dos baixadeiros Haroldo Lívio Se Rua de Baixo fosse publicado sem o prefácio de costume, acredito que o leitor não notaria sua ausência, porque pouca gente se dá ao trabalho de dar uma olhada no recado do prefaciador. Assim, o prefácio existe mais por uma questão de tradição literária. De mais a mais, nestes tempos de velocidade e descomplicação, o leitor quer é ganhar tempo e partir para cima, dispensando atenção exclusivamente ao enredo. Não tem tempo a perder com devaneios. Esta é a palavra de ordem atual. Portanto, amigo leitor, a classe dos prefaciadores está ameaçada de desemprego em massa ou mesmo de extinção, por tratar-se de peça decorativa, segundo os apressados, que não sabem o que perdem. ​ Por experiência própria, aprendi, cedo ainda, que a elaboração de um prefácio é missão inglória e às vezes até inútil, haja vista que o prefaciador queima as pestanas tentando dar uma idéia resumida do conteúdo do livro e corre o risco de não ser lido, de ser considerado um corpo estranho dentro do livro. Leitor de prefácio é avis rara. Honrado com convites de escritores amigos, já tive o prazer de prefaciar algumas obras, porém não me lembro de ter encontrado alguém que tivesse lido meu depoimento. Esta revelação desanima qualquer cristão, porém não desanimou o bardo Antonio Roberto Soares, que nos presenteia com um prefácio encantador e cativante. A Baixada, ou seja, a parte do Centro histórico que tem como marco inicial a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição e São José, está na moda como tema literário e de estudo. A temporada de obras dos menestréis baixadeiros, versando sobre pessoas e lugares do setor onde a cidade nasceu foi aberta, no ano passado, com a publicação do volume de memórias do pesquisador João Afonso Guerra Maurício, herdeiro do clã Versiani-Maurício, que foi recebido com aprovação. Dando seqüência à epopéia baixadeira, vem a público Rua de Baixo, em que mais um trovador tange sua lira para cantar e decantar as glórias e tradições do pedaço da cidade que carrega em seu coração de montes-clarense apaixonado pelo Arraial das Formigas, onde tudo começou. O Autor é montes-clarense de quatro costados, que respira e transpira devoção à cidade por todos os poros, lopes e paulas. Muito experiente em garimpagem do passado, já presidiu o Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, na Capital, e doutorou-se em História. Seu nome inspira respeito e admiração. Parece-me que Rua de Baixo é seu livro de estréia, salvo engano, porém sei que possui alentado acervo de trabalhos que merecem divulgação. Neste volume, o Autor e colaboradores baixadeiros de primeira ordem, gente tradicionalista e romântica, continuam o passeio lírico pelas ruas e becos da Baixada, identificando casas, portas, janelas, pessoas vivas e outras que continuam vivas na saudade dos entes queridos e dos amigos, relembrando antigos carnavais, catopês e marujadas. A Baixada é eterna e imortal, sim senhor! Fabiano Lopes de Paula é montes-clarense de trezentos anos de tradição, contados nos dedos. Pelo lado materno é filho de Nazareth, a bondade em pessoa; é neto do coronel Domingos Lopes e aparentado com o alferes José Lopes, doador do patrimônio imobiliário da Igreja, no século XVIII, que abrange quase toda a cidade. Pelo lado paterno é filho de Cassimiro, de nosso teatro amador, é sobrinho de Luiz de Paula, primo de Hermes de Paula e seus rebentos Valmor, Virgílio, Virgínia, Valéria e de outros inspirados artistas das estirpes Paula e Mendonça. Como se vê, o Autor herdou a veia poética de seus ancestrais violeiros e cantadores de modinhas. Merece ser lido e aplaudido de pé. Aconselho o leitor a ler e reler o livro, com direito a chorar se a saudade bater, nas passagens mais sentimentais. Também vai rir à vontade, nas passagens jocosas. E se sobrar um minuto que seja, que tenha a boa vontade e tolerância de ler este modesto trecho, pelo que ficarei eternamente penhorado, pois quem escreve quer ser lido, uai... *(Do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros)

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